3 de janeiro de 2009

A Majestade ao Rei dos Reis

Louvar a Deus é o nosso objetivo maior, nossa "função" nessa vida, e isso é incontestável. Independente do que faço ou como faço, devo sempre ter em mente que devo buscar o louvor ao Único que é digno de ser louvado (1Co 10:31). Obviamente que, com o passar do tempo, vamos absorvendo algumas palavras, algumas expressões, que de tão faladas, ouvidas e repetidas, acabam perdendo toda a sua significação. As palavras são apenas conjuntos de signos linguísticos que se referem a alguma idéia, coisa ou mensagem; se esses símbolos perdem a ligação com aquilo que simbolizam, não valem nada, pois, perdem a sua razão de ser (na linguagem jurídica seria a famosa "letra morta").
Deus criou a música e eu não tenho dúvidas disso. Seu servo, o rei Davi, era músico e dos bons (até hoje cantamos suas letras). Eu estava ouvindo uma música nova de uma banda que gosto muito (chama-se Oficina G3), e me intriguei quando ouvi o refrão. Nele, ouvimos que devemos dar "a majestade ao Rei dos Reis (...)". Fiquei pensando naquilo e um conflito de conceitos teve início interiormente. Pra mim, "majestade" sempre foi sinônimo de "rei, princípe, imperador, etc"; como é que ele diz que devo dar a majestade ao rei dos reis? Consultei o bom e velho Aurélio e lá achei as seguintes definições para majestade : "Grandeza suprema; elevação, superioridade, sublimidade". Depois dessa consulta (perdoem-me minha ignorância) tudo ficou claro, e os conceitos se definiram. Agora posso dizer que quando digo e canto "a majestade ao Rei dos Reis" sei o que de fato essas palavras simbolizam. Agora não são mais "letras mortas", pois o Espírito Santo as vivificou e as deu significação para mim (2Co 3:6).
Deus é Deus e ponto final, independente de minha crença nEle ou não, e isso não afetará Sua grandeza e Sua elevação diante de tudo e todos. Muitos "deuses" foram fabricados pelas várias culturas mundo afora, mas só há um único Deus, o Eu Sou (Is 44:6; 45:5), que se manifestou ao mundo através de Jesus Cristo, o Salvador do mundo e Senhor sobre todas as coisas, para resgatar todos aqueles que crêem no Seu poder. Muitas doutrinas filosóficas existem, as quais cultuam a saúde do "ego" pra se ter paz interior e "elevação"; também há movimentos científicos ateístas, materialistas, agnósticos, que negam que Deus existe, ou, que existe, mas que para nós, seres humanos, é impossível sequer definí-lo; todavia, nada disso O afeta. O que realmente toca Deus, o que de fato mexe com o coração do Pai, é quando eu O entronizo como Rei dos Reis, quando reconheço o Seu infinito poder, Sua glória eterna, e assim, reconheço-O como superior, como sublime, como majestade.
Não é à toa que Deus admira quem O teme e reconhece que não é nada sem a misericórdia divina. "A este eu estimo: ao humilde e contrito de espírito, que treme diante da minha palavra" (Is 66:2). Somente pode temer ao Senhor e tremer diante de Sua palavra quem O reconhece como Deus supremo, fiel e justo, que vê tudo e sabe de tudo. Ao nos humilhar-mos diante de Deus, nós dizemos a Ele quem verdadeiramente somos e do que somos feitos: pó. Quebrantar o coração e o espírito é a melhor forma de chamar a atenção do Rei. A verdadeira essência da adoração nada mais é do que isto: declarar que só o SENHOR é Deus, que dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas, e que não somos nada sem a Sua misericórdia e Seu amor.
E para fazer isso não é vital saber cantar ou tocar alguma música. Eu entronizo a Deus, declarando que Ele é dono de tudo quando dou meu dízimo e minhas ofertas, e assim, falo sem palavras que na minha matemática devolver e dar meu dinheiro pra Deus não é subtração, mas multiplicação. Quando oro e dobro meus joelhos, mostro que tenho reverência (assim como até hoje se prostra-se diante de monarcas) e, dessa forma honro a Deus. Quando submeto-me à liderança de meus pais ou do meu pastor (mesmo que discorde totalmente, ou não me agrade nem um pouco fazê-lo) demonstro que sei que o Senhor é Deus, e que ele colocou autoridade nessas pessoas para me guiar, me ensinar, disciplinar e amar. Até mesmo com o uso da tão antiga e corriqueira expressão "graças a Deus" eu elevo Deus acima de mim mesmo, das minhas capacidades e da minha sorte. Essa frase tão bobinha, quando dita tendo-se a real consciência do que ela significa, glorifica o Senhor de forma tão grande, inversamente proporcional ao seu tamanho gráfico, que deve deixar Deus emocionado. Imagine alguém que realizou uma façanha gigante, um recorde imbatível, ou alguém que escapou da morte sem explicações. Então, quando perguntado sobre como fez aquilo ou como conseguiu se safar, a pessoa olha pra dentro de si, olha pra o céu e não diz mais nada, a não ser "graças a Deus". O céu deve se abrir pra essa pessoa na hora. Dar a Deus o que é de Deus, conforme nos disse Jesus (Lc 20:25) é isso: dar TUDO pra Ele, sabendo que ainda assim é o melhor a se fazer, porque ninguém vence Deus no dar (como sempre nos ensina nossa pra. Cida).
Jovem, reconheça Deus como seu verdadeiro Senhor. Viva sua vida tendo sempre em mente quem você é (nada!) e quem Ele é (tudo!). Deus é o único que pode dizer "Eu sou..." porque não depende de ninguém pra existir. "Humilhem-se diante do Senhor e Ele os exaltará" (Tg 4:10). Mas não fique se sentindo um lixo, um "zé mané" na vida; pelo contrário! Lembre-se que se você der a Ele o que é dEle, Ele te dará todas as coisas em troca, assim como já fez, entregando Seu filho Jesus por você. O amor dEle por ti dura pra sempre.
"Louvem todos o nome do Senhor, pois somente o seu nome é exaltado, a sua majestade está acima da terra e dos céus" Salmo 148:13