17 de abril de 2009

O SACRIFÍCIO JÁ FOI FEITO

Quão grande amor nos foi derramado, o sangue de um justo de uma vez por todas foi vertido, e os nossos pecados não mais serão lembrados. Jesus vive e reina, ele é Rei sobre toda terra. Ele também é sumo-sacerdote, também é cordeiro imaculado, também é a expiação pelos nossos pecados. Apesar de ser Rei, se faz de servo, para que os “servos” sejam feitos livres para servi-lo. Ele fez o que mais ninguém poderia fazer, resistiu o que mais ninguém conseguiria. Sofreu as angústias da morte, não a sua própria, visto que ele nada fez para que a morte lhe fosse imputada, mas sentiu a morte do mundo inteiro sobre ele. Que essa verdade histórico-eterna ressoe em nossa mente a cada segundo de vida, não para nos sentirmos endividados, ou culpados pela sua morte, pois ele não realizou um empréstimo à humanidade, ele não é credor universal, ele mesmo afirma que a sua vida espontaneamente entregou, ninguém lhe roubou a vida, ele mesmo a concedeu gratuitamente. Essa verdade deve ressoar em cada mente para termos a plena convicção de que tudo já foi feito por ele, não nos resta nenhuma justificação, pois justificados já fomos pelo seu sangue. Já não resta sacrifício a fazer, pois todo sacrifício já foi feito.
È fácil perceber, quando se anda em um meio cristão, atos forjados de santidade. Capas e caricaturas, fardos pesados sendo carregados, manifestações públicas de uma comunhão com Deus que é do tipo “individual”. Parece haver uma necessidade irremediável de se acrescentar algo ou “coisas” ao sacrifício já consumado. Há um dito popular que diz: “remédio bom é remédio amargo!”. A medicação utilizada por Deus para sarar as nossas feridas provocadas pelo pecado, não nos trouxe nenhum amargor. Toda amargura foi sentida por Jesus; a amargura da morte foi transformada para nós em doce vida. “Isso é um absurdo!”, pensam alguns. E é verdade, um inocente padecer por um pecador é um absurdo. É o escândalo da cruz! Mas esse foi o método de Deus para se reconciliar com o mundo, e só é preciso crer para sentir tal reconciliação. “Mas é muito fácil!”, pensam outros. E é mesmo. É tão fácil que chega a ser difícil suportar tanta facilidade. E é nesse ponto que muitos se perdem. É preciso suportar o absurdo de Deus, não complicando o que Deus fez pra ser fácil mesmo. A vida aqui é tão complicada para os complicados, que quando nos é oferecido vida eterna em um mundo que está acima da mais profunda divagação da mente mais rica, pura e criativa que possa existir entre nós, que só sendo descomplicado para aceitar essa descomplicação de Deus. Não tomemos a síndrome de Pedro para nós, que em um momento não aceitou o absurdo de Deus (que é Jesus crucificado), e por isso foi chamado de diabo (Mateus 16:21-23). Se colocarmos penduricalhos no sacrifício, se enfeitarmos a cruz, ela de nada nos valerá. Quando desejamos dar bônus ao Evangelho, nos tornamos maldição. As Boas Novas já são boas e novas, nada do que façamos as tornarão melhores ou mais novas.
Lembro-me de um professor que lecionava a matéria de Economia Matemática na universidade pela qual sou formado. Todos as suas provas eram bastante fáceis, e por isso todos sempre eram aprovados; apenas os que DESISTIAM no decorrer do curso eram reprovados. Ele dizia que pela sua experiência como professor, esse era o melhor método, visto que, em tempos anteriores, quando ele se propunha a aplicar provas com um rigor justo e coerente com o conteúdo da disciplina, todos eram reprovados. A intenção ao citar esse professor não é tornar o seu método aplicável em todas as instituições de ensino (apesar de alegrar a muitos alunos com essa ideia), mas é apenas para refletirmos através de um exemplo extremamente simples, fazendo uma absurda comparação (peço licença ao Todo-Poderoso) entre esse simples professor e o único e sublime Deus. O Senhor, no antigo testamento, escolheu um povo para chamar de seu: a nação de Israel. A este povo estabeleceu leis justas e santas, coerentes com as práticas deles. Muitos anos se passaram e nenhum dentre o povo escolhido conseguiu ser aprovado mediante o cumprimento cabal da lei. Ninguém teve êxito nessa prova, apesar dela ser justa, coerente com a realidade, em conformidade com o conteúdo proposto. O povo todo “tomou pau”. Era preciso que o Mestre dos mestres fizesse alguma coisa, e ele já havia feito mesmo antes da fundação do mundo. Enviou o seu filho, e foi ele quem ensinou como se faz. Cumpriu toda lei, e não só isso, ele foi o encerramento da lei. Ele foi aprovado. Não precisava passar pela prova, pois já estava aprovado, mas o Pai disse que, se ele que não precisava passar por nenhuma aprovação, fosse aprovado, nós seríamos aprovados com ele. A única condição para a aprovação foi: “Não DESISTAM de crer nele!”. “Sigam firmes, crentes de que, por meu filho, recebestes aprovação”.
O duro é crer nesse absurdo, mas se a Graça já lhe invadiu, gerando fé no filho, então ame o absurdo de Deus: Jesus Cristo, o meu amor maior. Ouça Deus dizer:

“Onde esses pecados foram perdoados, não há mais necessidade de sacrifício por eles”. (Hebreus 10:18)

Nenhum comentário:

Postar um comentário