Nesse momento em que escrevo já me encontro em solo baiano, em direção a uma (quem sabe mais de uma) das belas praias do litoral desta “terrinha boa, meu rei”. Será o local da minha virada! Espero que não apenas do ano velho para o ano novo, mas que seja uma virada ou “reposicionada” de atitudes, pensamentos e de compromissos com o mundo em que vivo.
Quem é crente tem a “mania” de achar que no dia em que levantou a mão para o alto e declarou a sua aceitação a Jesus... “pronto! já sou o cara dos caras!”... acreditam que não há mais o que mudar, não há mais o que rever e muito menos “virada” alguma a dar. “Misericórdia! eu já sou de JESUS, como ainda tenho que ‘virar’ alguma coisa em mim? Isso foi antes, já fiz isso quando tomei minha decisão por Cristo!”. Assim pensam alguns dos que ainda não entenderam que viver com Jesus é um processo que se inicia, mas que não termina nunca.
A primeira e fundamental virada que nós deveremos dar, sem dúvidas, é a de nos enxergarmos como pecadores e de aceitar que só Jesus nos justifica e purifica diante de Deus, e que só Ele nos redime dessa escravidão causada pelo pecado. A partir daí a mudança de mente (metanóia) começa a acontecer, e a nossa maledicência vai sendo expurgada, dando lugar a um novo ser que vai sendo refeito conforme a imagem do Pai, que foi refletida, para nossa alegria, no seu filho, Jesus Cristo. As nossas atitudes, após Cristo de verdade ter feito morada em nós, vão sendo substituídas pela única maneira de Jesus agir: Com o amor “untando” tudo. Porém, isso não se dá de maneira imediata, e não sem o consentimento do “dono da casa”, nós mesmos, em quem Cristo habita.
O primeiro passo, que é esse de se reconhecer dependente do Cristo, dará ensejo aos próximos passos. O primeiro passo (aceitação ao Cristo Redentor) é, de fato, apenas o PRIMEIRO passo. A vida é uma caminhada no Caminho, que é Jesus, e por isso reafirmo: o primeiro passo é APENAS o primeiro passo! Durante o trajeto da nossa vida, vamos enxergando tudo que se passa ao nosso redor, e tudo que está acontecendo dentro de nós ao passarmos pelo caminho. É como numa viagem, seja de avião, carro, ônibus, ou “a pés”. Numa viagem e durante o percurso da viagem, muitos sentimentos vão surgindo a depender do que está sendo visto. Às vezes é uma bela paisagem ao fundo, às vezes é um triste acidente ao lado. Mas tudo serve para nossa experiência. Tudo nos ensina o que é viajar, e que numa viagem existirão momentos diferentes em seus sentidos. Apesar de saber aonde chegaremos após essa viagem, apesar de saber que haverá um paraíso de belas praias, ainda assim é possível que tenhamos que passar por lugares áridos, fétidos e repugnantes. Faz parte da viagem!
Nessa jornada que é a vida, cada passo é uma virada. Cada quilômetro é uma quebra de paradigmas. Cada légua faz toda a diferença na formação do nosso caráter como homens. Mas nessa Viagem-Jornada-Virada-Diária nós temos um Condutor, um Único Condutor. Ele não só nos leva ao paraíso, como é o nosso modelo ideal de como se portar durante a viagem. Ele nos ensina a caminhar, nos acompanha no trajeto, é quem compra a passagem e quem prepara a estadia ou a “morada”. Tudo isso é condicional: “Se você quiser...”, “se desejar me seguir...”, “se com a sua boca me aceitar e com o coração crer...”. Não é uma imposição, mas uma condição. Nós temos a liberdade em Cristo de desejar sermos guiados por Ele, e nEle vamos caminhando e nos impactando com a sua Palavra, e a cada impacto sendo “virados” em nossos costumes e caprichos, em cada trajeto de vida vamos sendo moldados conforme o único molde que nos faz melhores do que o que somos naturalmente.
Durante a viagem com Cristo, as viradas irão acontecendo para o nosso próprio bem, com o intuito de chegarmos ao nosso destino final com plena certeza daquilo que somos e de quem nos fez melhores para desfrutar o paraíso já preparado; e assim, com a consciência de quem soube viajar com humildade e desejando aprender mais em todo o tempo decorrido, não obstante ter sido uma viagem curta ou longa, que nós possamos gozar o melhor da vida em uma Terra Nova!
* Apesar de todo atraso para publicação a partir do dia do em que foi iniciado, e por haver perdido o seu momento cronológico ideal, não seria de todo apropriado, mas ainda assim considerei importante a divulgação deste texto.
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