9 de abril de 2010

Deus conosco, sempre!


“Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia eu fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; seu fizer a minha cama nas profundezas, TAMBÉM LÁ ESTÁS! (...) Mesmo que eu diga que AS TREVAS ME ENCOBRIRÃO, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que NEM AS TREVAS SÃO ESCURAS PARA TI!” Salmo 139: 7-12

Tenho crescido no meu relacionamento com Deus de uma forma nova. Cresci em um “lar evangélico”. Desde muito pequeno me acostumei a ir à igreja e participar de suas atividades. Sempre gostei disso, e ainda gosto, afinal, me considero e sei que sou um servo. Servos servem. Se não servirem, são tudo menos servos. Apesar de que hoje sei que existe muito mais serviço a se fazer para o Rei fora das igrejas do que dentro.

Ano passado (2009) acredito que tenha sido o ano em que mais cresci no espírito. Experimentei uma profunda comunhão com meu Pai. Parecia que eu estava apaixonado por Ele. Lembrava do amor e do carinho dele por mim toda hora, e não conseguia pensar em nada sem colocar Deus pra “pensar comigo”. Era como se a cortina da minha mente estivesse sempre aberta pra Deus ir lá,ver, opinar, participar. A todo o momento eu me “cobrava” para estar sempre tentando retribuir o Amor que Ele tinha/tem por mim, e isso naturalmente desembocava em atos quase sempre pequenos, porém constantes, de ajuda, compreensão e amizade com os que me rodiavam. Interessante é que foi nesse mesmo ano em que comecei a me distanciar da instituição que se chama “igreja”.

Comecei a experimentar em minha própria consciência e com minhas próprias percepções os grandes mandamentos de Jesus. Sempre aprendi as coisas rápido, principalmente quando eram ensinadas na EBD, ou com alguma pregação do pastor, etc; todavia, percebi que quase nada daquilo que eu estava cansado de ouvir falar e saber com o intelecto não era perceptível em minha existência. Amar a Deus acima de todas, TODAS, as coisas? Amar ao próximo como a mim mesmo? Estar de olhos sempre abertos para fazer o bem? Ajudar aos outros, sem parar pra ponderar se eram dignos da minha “celestial” ajuda? Puff... ledo engano e auto-ilusionismo.

Os simples e profundos mandamentos de Jesus começaram a demandar em mim um enraizamento verdadeiro. As palavras da Palavra acendiam como tocha em meus olhos e em meu coração. Ao contrastar os ensinamentos de Cristo para a Igreja com a igreja, uma bomba explodiu. De repente tudo se chocou. Onde estavam os conceitos, as crenças, as certezas biblicamente aprendidas, mas não apreendidas? Estavam na miragem, na névoa que é a falsa segurança que uma religião proporciona. Não falo de ninguém, falo de mim mesmo, pois sou o único que pode e deve me avaliar, tirando o Senhor, que me sonda e me conhece desde o ventre materno. Amém.

A rotina semanal de ensaios, cultos, campanhas, dízimos e ofertas, havia me cegado. Chega um ponto em que nos tornamos autômatos, máquinas programadas para fazer aquilo que há muito tempo já se faz, mas sem perscrutar o ânimo real, e nem a causa verdadeira. Pra quê tantas campanhas, cultos, músicas, dinheiros, se o meu coração ainda não se converteu de verdade? Pra quê tudo isso se Jesus ainda não é Senhor da completude do meu ser? Pra quê se eu mesmo, com minhas vontades egoístas e mundaninhas, porém legalizadas pelo sistema religioso, me impedem de me entregar de corpo, alma e espírito aos desígnios nem sempre conhecidos do Rei?

Iniciei um processo de distanciamento. Sem querer, mas sincero, pois era e é o que meu coração e minha mente (agora sendo inteiramente tomados pelo Evangelho) me solicitavam. No início, me senti estranho, mas acredito que por conseqüências naturais, pois desde gurizinho que estou acostumado com toda essa diluição do meu “eu” com a “casa de Deus”. Mas então foi que descobri que Deus realmente NÃO PRECISA DE UM PRÉDIO PARA SER ENCONTRADO!

A imensidão da grandeza do Senhor não cabe em uma denominação! E o pior (ou melhor, não sei) é que eu já sabia disso, mas nunca cheguei a comprovar, nunca experimentei, nunca afirmei de mim mesmo. Descobri que, de fato, a obra de Deus está em TODOS os lugares que eu vou. Dessa forma, as palavras do meu Senhor, quando disse pra abrirmos os olhos (apesar de não haver ninguém com os olhos fechados na hora e nem agora) e vermos os campos (mesmo não havendo ninguém cego quando Ele assim falou), se materializou em mim. Por todo lado encontro pessoas desnorteadas, sem um rumo na vida, sem um fundamento sólido que traga esperança e paz genuína. Há pobres de espírito e pobres de dinheiro. Pobres de expectativas, pobres de alegria, pobres de Deus. Miseráveis até. E todos eles clamando silenciosamente por um pouco de atenção, esperando que algum anjo caia na vida deles e traga em suas mãos um pedaço do Amor infinito que habita os céus.

Descobri (depois de tanto tempo só ouvindo falar!) que realmente Deus pode ser encontrado em QUALQUER LUGAR. Após anos e anos vinculado a toda uma “preparação” eclesiástica para que Deus seja sentido, fiquei abismado com o poder da convicção dessa verdade.

Nesse feriadão da Semana Santa viajei para a Chapada Diamantina com alguns amigos. Fui para a cidade de Lençóis, na Bahia. Uma das aventuras foi percorrer uma gruta que fica (acho) embaixo de mais de 70 metros de pedras gigantes. O guia turístico carrega um lampião a gás, pois se chega num momento em que a profundidade torna IMPOSSÍVEL de se ver alguma coisa sem o lampião.

Vamos caminhando, caminhando, até que paramos em uma espécie de salão interno da gruta, e lá dentro (já faz parte do show! hehe) o guia pede que a gente se sente e apague todas as fontes de luz que tivermos, como celulares, câmeras, etc. E então, ele desliga a luz.

Silêncio absoluto. Não se enxerga nem se ouve nada. Escuridão total, plena. Por uns dois minutos nos deparamos com o nada. Nada. Não há nada. Ali não há peixes, nem vegetais. Não há luz alguma, e nem barulho. Sem vida. Só silêncio e escuridão plena. Silêncio. Vazio. Nada. Fiquei ali sentado, parado, contemplando a inércia eterna das profundezas. E ali mesmo, onde não havia nenhum instrumento, nenhum ministério de louvor, nem pregadores, nem orações, nem NADA, ali o Espírito do Senhor trouxe ao meu coração a Palavra. Lembrei-me do versículo que abre esse texto.

O Senhor estava comigo ali! Ele estava dentro de mim, ao meu lado, a minha volta! E eu não poderia nem escapar! Coisa alguma ali poderia servir como chamariz para a “presença” de Deus. Só havia o nada! Mas, a despeito do nada, uma certeza fluía de dentro de mim como um rio: Jesus está aqui comigo! Mesmo sem aparatos, sem o clima eclesiástico, sem voz humana alguma; porém, a doce Voz ecoava dentro de mim: “Estou aqui com você! Tenha certeza disso!”.

E eu tenho. E terei enquanto eu viver. É o que desejo pra mim hoje e até o fim dos meus dias. Sei que aquele que muito recebeu será muito mais cobrado. Tenho ainda muito que corrigir em mim, e sei que algumas coisas não mudarão nunca (isso me fará me apegar ao Senhor sempre mais, pois sei que sem Ele não viverei), mas hoje busco fazer o que sei que devo. Amar é coisa séria, e difícil; mas só quem ama é quem verdadeiramente conhece a Deus. Prosseguirei, e sempre amparado na convicção que flui do Amor e que, apesar de ser quem eu sou, diz: “Estou com você! Tenha certeza disso!”.

Aleluia!

Um comentário:

  1. Q leitura gostosa, Thyagão! Se fosse um livro de 200 pág. acho q eu lia ele todo agora! Muito bom, muito de Deus, muito seu em Deus, muito de vc com Deus! Alegro-me ao ver seu crescimento, meu amigo. Msm já ñ sendo, há muito tempo, um bebê na fé, vc consegue ser como uma criança e se deitar nos braços do Pai. Graças a ElE!
    Louvado seja Deus (Sempre) pela sua vida, meu amigão!
    PS.: Ia colocar aqui q eu te amo, mas acho q podiam ñ entender, HuahUAhUAha.
    Awayyy

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