28 de novembro de 2008

Quanto vale uma promessa de Deus?

Houve um tempo (não muito distante) em que a palavra de um homem valia mais do que um contrato assinado e registrado em cartório. Ao dizer algo ou ao prometer alguma coisa, ele estaria comprometido com a outra parte pela sua prória palavra a cumprir o que fora acertado. E ponto final. Homens de caráter nobre sabem a importância de suas declarações, pois neles há uma obrigação moral interna que os constrangem até que realizem o que foi dito. Se seres humanos, imperfeitos e corrompíveis, são capazes de ir a extremos (quando querem, lógico) para que suas palavras sejam dignas de confiança e credibilidade, imaginem a validade das declarações do Deus Todo-Poderoso, o nosso "molde de fabricação" (Gn 1:26,27), Perfeito e sempre Fiel, independente de sermos ou não fiéis para com Ele? (2Tm 2:13). As bençãos do Senhor são também promessas cumpridas por alguém que nunca deixa sua palavra "no vácuo" (Is 55:10,11). E eu sempre gostei de uma passagem na Bíblia que trata de uma benção de Deus, uma promessa enorme e riquíssima, mas que foi jogada fora por motivos tão pequenos e passageiros, os quais, infelizmente, ainda hoje nos fazem "balançar"; é a história de Jacó e Esaú.
Jacó e Esaú eram filhos de Isaque com Rebeca. Eram gêmeos, e tudo indica que eram bivitelinos, ou seja, "gêmeos falsos", daqueles que um não tem nada a ver com o outro, porque um era muito peludo e o outro não era (Gn 27:11). Desde o ventre já brigavam entre si, e o Senhor disse a Rebeca que era porque eles formariam dois povos diferentes. Esaú saiu primeiro do ventre e por isso tinha o "status" de ser o mais velho, o primogênito, aquele que receberia a benção do seu velho pai e seria enormemente abençoado pelo Senhor por toda a vida. Jacó veio depois, agarrado no calcanhar do seu irmão. Eles cresceram; Esaú tornou-se um caçador, mas Jacó era um homem mais caseiro, pacato. Um belo dia Esaú volta do campo com fome e pede a Jacó um pouco da comida que este estava preparando. Jacó, então, faz uma proposta ao seu irmão: ele daria a comida em troca do "status" de primogênito. "Disse Esaú: 'Estou quase morrendo. De que me vale esse direito? Jacó, porém, insistiu: 'Jure primeiro!' Ele fez um juramento, vendendo o seu direito de filho mais velho a Jacó" (Gn 25:32,33). É aqui que eu começo.
Esaú se propôs a aceitar a oferta porque agiu baseado em um instinto, uma necessidade do corpo (comer), e não parou pra pensar (permitam-me) na estupidez que estava fazendo: trocar o seu direito de primogenitura, e, consequentemente, a benção de Deus, por um prato de lentilhas!Quantas vezes nós, jovens, somos tentados e caímos no erro de trocar uma promessa de Deus por algo que nos queremos "pra hoje e agora"? Achamos que aquilo é o máximo, que é a solução total para os nossos problemas, e depois vemos como aquilo era ridículo e ineficaz. Nos decepcionamos com tudo e todos (até Deus cai no bolo), ficamos tristes e ainda perdemos uma promessa do Pai. Na hora da escolha, agimos com base na "fome" e na "sede", deixando que a proposta do mundo encha nossos olhos (leia-se: nossos sentidos) e devoramos tudo num estalo. Depois percebemos o erro, e, como Esaú, gritamos e, aos prantos, pedimos que o Pai reconsidere a questão.
E Esaú ainda foi dramático: "Estou quase morrendo (...)". Estava mesmo? No versículo 27 vemos que ele era um caçador habilidoso que vivia percorrendo os campos. Ora, Esaú não era fraco e nem inexperiente em passar "apertos" nas matas; será que não havia nele um mínimo de forças? Não havia nem um pingo de resistência para que ele falasse que estava morrendo?
Fome ele deveria estar sentindo, com certeza; porém, não a esse ponto. E vejam só! Não é isso mesmo que nós fazemos? Oramos assim: "Senhor, preciso urgentemente de um emprego, ou então, não sei o que vou fazer com a minha vida!" Ou então: "Deus, preciso me casar 'ontem'! Não posso esperar mais! Preciso de um(a) esposo(a) imediatamente! Preciso casar!" (esse tipo deve ser bem mais frequente...). Você por acaso vai MESMO morrer se não arrumar um trabalho? Você nasceu trabalhando? Ou será que você precisa MESMO se casar logo, ou caso contrário, vai definhar até secar? Você nasceu casado, ligado a alguém (sem ser a sua mãe) pra que possa sobreviver? Todos esses pedidos são válidos, corretos e saudáveis; entretanto, fazemos um "drama" em torno deles tão grande pra nos justificar diante de Deus (como se Ele não nos conhecesse mais do que nós mesmos...) que parece que a vida e a morte oscilam entre o atendimento desses pedidos e suas rejeições.
Deus nos ama com amor inexplicável, e Ele têm vontade de realizar todos os nossos desejos. Sua Palavra é onde encontramos todas as riquezas que Ele quer colocar em nossas mãos; contudo, devemos aguardar o tempo certo e viver de forma condizente com a fé que temos, como quem espera algo que certamente chegará. "Não coloque o carro na frente dos bois"; faça sua parte e Deus fará a dEle.
Jovem, Deus quer que você seja realizado profissionalmente, que viva uma grande história de amor por toda a vida; enfim, que você desfrute de uma vida plena.Teha certeza absoluta disso. Confie nEle: não troque suas bençãos por um prato de lentilhas. Mais vale uma única promessa de Deus em nossas mãos do que TODAS as ofertas que o mundo puder apresentar.
A Ele sejam a glória e o louvor por toda a eternidade. Amém.
"Incomparáveis são Tuas promessas..."

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