28 de dezembro de 2009

Compartilhando Só o Bem

Estava pensando em como as pessoas sentem prazer em compartilhar os desprazeres da vida. Como é fácil dizer aonde dói, contar sobre uma briga violenta que tenha acontecido, sobre as desventuras do amor. Ah o amor! Este que deveria ser o carro-chefe de todos os sentimentos que trazem alegria a alma, tem sido o autor das maiores desavenças com os corações humanos. Não falo do amor propriamente dito, mas do que fizeram dele. Esse “amor” está na boca de todos, porém, no coração de poucos. De fato existem dois amores: o falado e o vivido. O amor de boca causa dor; o vivido, esperança.
Parece-me, e acredito mais nisso quanto mais tempo vou vivendo, haver uma facilidade em reter aquilo que “não é bom”, e em deixar esvair aquilo que de verdade interessa para que se viva bem. (1 Tessalonicenses 5:21) Parece ser dos conselhos do apóstolo Paulo o menos empregado nos dias de hoje. A vida é difícil; é difícil pra quem não tem “dificuldade” alguma, pois quem não tem dificuldade logo encontra uma pra criar, imagina para aqueles que só o fato de respirarem já é resultado de uma batalha anteriormente travada. Para muitos dos viventes deste mundo, não é preciso que se faça absolutamente nada para ganhar, logo no início de um dia (que já era previsto que seria complicado), um bom presente de grego. Os problemas e as dificuldades vão vir inevitavelmente. Digo com toda certeza que não será preciso chamá-los para que eles se apresentem a você mais uma vez.
Se é assim, e assim eu sei que é, façamos um trato: “Deixe que cada dia traga o seu próprio mal”, como disse Jesus. Não é preciso que ninguém traga o problema da sexta-feira para o sábado, porque o problema do sábado já estará lá. Não se preocupe com isso, ou melhor, não se ocupe com isso, pois eles se iniciam automaticamente, assim como a maioria dos programinhas mais modernos que nós utilizamos no nosso dia-a-dia. O poeta disse que a tristeza não tem fim, mas que a felicidade tem sim. Eu concordo com ele, do ponto de vista humano da coisa. Humanamente falando, parece mesmo que as nossas dores (que pra nós não deveriam nem existir) elas é que se renovam pela manhã, e que a alegria (que foi aceita dentro de nós para ser eterna) tem sempre prazo de validade. O tempo das lutas é sempre infinitamente maior do que o tempo das comemorações pelas vitórias. Vivemos mais para lutar do que para comemorar vitórias, e isso também é verdade. O problema todo está em como vamos encarar essas lutas, como vamos nos preparar pra elas, e qual o ânimo que nos invadirá para cairmos nas batalhas diárias da vida.
O principal é entender que a vitória já é a vida, e que não há mais o que vencer, pois tudo para nós já foi conquistado. Nesse momento a luta já não será mais luta e sim parte da vitória, e a vitória já não se vestirá de audácia, prepotência e orgulho frente aos inimigos, pois já não existirão inimigos, mas todos serão vitoriosos, todos carregarão em si a vitória que vence todas as dores do mundo: o Amor vivido, a Palavra encarnada, Deus no meio dos homens, Jesus Cristo! Se encha dessa esperança no amor que é. No amor que fez e faz e que nunca acrescentará dores aos que dele provarem verdadeiramente. Não viva o mal falando dele aos quatro cantos, pois o mal já está aí, queira ou aceite você ou não. O bom de tudo é enxergar o mal como parte de um bem excelentemente maior, que a nós não é dado conhecer agora. Existe uma plenitude de vida em Cristo a ser vivida, quem quiser que viva nela e esqueça do seu problema como um problema, e pense nele como parte dos nossos erros e acertos pelas decisões que tomamos todos os dias. Pra viver assim tem que se ter maturidade, ser sincero consigo mesmo e aceitar de forma grata e humilde as muitas misericórdias de Deus sobre as nossas vidas.

Deus os abençoe!

Igor Rodrigues

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