2 de novembro de 2009

A estupidez da inteligência - Replay


Obs: Achei que esse meu texto deveria ser postado de novo.
Diz o ditado que o pior cego é aquele que não quer ver. Realmente, esse tipo deve ser difícil de lidar, e acho que nem Jesus conseguiria curar um homem desses. Mas, no ranking dos piores cegos, acredito que também encontramos aqueles que pensam que enxergam, quando na verdade não conseguem ver nada que esteja a mais de 2 palmos de distância do nariz, e, pra piorar, não compreendem o que dizem que conseguem ver e entender. Atitudes assim são patentes da natureza caída humana e sempre existirão. Inteligência, sabedoria e conhecimento são dons de Deus, pois tudo isso é criação d´Ele, e quem é presenteado com eles consegue entender com mais facilidade a mente de Deus e os Seus desígnios. Entretanto, se eles forem conduzidos pela mola propulsora da prepotência, orgulho e qualquer outra deturpação da simplicidade da real grandeza, acabam fazendo o contrário, cegando os mais sábios, “emburrecendo os gênios do Evangelho” e tornando-os tão ridículos que se tornam incapazes de assimilar os rudimentos da Palavra.
No livro de Marcos, no capítulo 12, versos 18 a 27 encontramos mais um teste pelo qual fizeram Jesus passar, e ele, como sempre, não só passou com doce genialidade (típica de quem é Deus mesmo), como também deixou mais um ensinamento para todos aqueles que quisessem dele aprender (leiam a passagem pra entender melhor). Chegaram a ele os saduceus, uma espécie de “grandes” estudiosos da Lei, que não acreditavam na ressurreição dos mortos, mas que vieram com uma questãozinha bem mal-intencionada (como sempre) sobre a ressurreição pra ver se pegavam Jesus falando alguma besteira. Coitados.
O homem é assim: sempre buscando algo para se elevar sobre os outros; sempre procurando um fator que o torne maior e melhor que o resto da “ralé”. E existe maneira melhor de se distanciar dos seus pares do que dizendo que conhece a Deus? Afirmando que tem intimidade com a(s) Divindade(s)? Duvido que não, pois a História comprova que a grande maioria dos eventos que a marcaram foram produzidos por indivíduos que diziam ter alguma incumbência divina, ou capacidade sobre-humana dada pelos deuses, tais como os faraós, os césares, os reis absolutistas, os ditadores da era moderna, etc. Essa aspiração ao cargo de “semi-deus” continua atingindo os nossos tempos, e se manifestando também (adivinhe...) em nós, os “crentes”. Vejamos se não é verdade.
O que primeiro me chamou atenção nessa passagem foi o fato de os saduceus afirmarem que aquilo que estava escrito na Lei tinha sido escrito por Moisés, como se aquilo tivesse saído da cabeça dele! Um absurdo sem tamanhos, pois qualquer um que se dispuser a folhear um pouco o Antigo Testamento vai ver que são palavras do próprio Eu Sou, e não de Moisés! O SENHOR estava ditando a Lei, e o gago estava escrevendo; mas eles se apegaram ao aspecto terreno da escritura, deturpando a natureza divina dos mandamentos. Quantos não são assim hoje?! Apegam-se à letra da Bíblia como quem estuda um manual de química aplicada, procurando o que devem fazer pra conseguir o elixir da vida eterna, e só. Estudam teologia como mais uma formação acadêmica, só pra “entender Deus”. Uma estupidez pensar que ao se estudar teologia e ganhar um título de Doutor em Divindade fazem a pessoa se aproximar de Deus. Deus criou a matemática aplicada, a física quântica, a química orgânica, etc, e nem por isso eu me aproximo dEle apenas por estudar essas matérias. O que te faz pensar que ler a Palavra com ânimo de inquiridor, e principalmente, sem o auxílio do autor do próprio texto sagrado (o Espírito Santo) vai te remeter ao terceiro céu e te fazer um homem de Deus? Os saduceus eram legalistas, racionalizando o agir, o falar e o poder de Deus, justamente pra se gabarem de que conheciam o Seu modo de operar. Pouco se importavam com um relacionamento com o Pai; o que queriam mesmo era se apropriar da “chave do conhecimento celeste”.
Os saduceus eram polêmicos, porque jogaram pra cima de Jesus um pequeno “causo” sobre a ressurreição, sendo que eles mesmos não acreditavam nela; ou seja, na verdade eles não queriam saber quem seria o marido da mulher coisíssima nenhuma. O que eles queriam mesmo era instaurar uma discussão, uma arruaça na fé. Desculpem-me o modo de falar, mas os crentes são uma das piores raças de gente polêmica que existe, gente “barraqueira” mesmo. É gente chutando imagem de santa, ou impondo a “unção da lagartixa” e grudando o povo na parede, fundando igrejas como “Barranco Sagrado”, “Serpente de Moisés, aquela que engoliu as outras”, ou uma das minhas favoritas, “Cuspe de Jesus”. Os saduceus gostavam de se aparecer, tanto que Jesus disse que eles e os fariseus faziam de tudo para serem vistos pelos homens (Mateus 23:5). É fácil demais achar multidões de pessoas preocupadas em mostrar o Evangelho ao mundo, mas se esquecem completamente de VIVER o Evangelho. Deus não quer nem saber quantas milhões de almas você já ganhou pra Cristo se a sua vida não está abundante, feliz, plena. Primeiro você precisa se amar pra depois amar ao próximo do mesmo jeito que você se ama. Como fazer algo com alguém se você nem sabe o que é?
Jesus nos chamou para sermos testemunhas do seu poder: poder de transformação, de renovo, de alegria mesmo nas tempestades, de estabilidade nas crises, de derrotar a morte! Ele não nos chamou para sermos CDF´s da Bíblia, decorando-a dia e noite (ainda que tudo isso possa vir como conseqüência), sendo os grandes inteligentes, possuidores da raiz das ciências. Isso sim é ser um verdadeiro discípulo: viver o poder de Cristo, se entregando a Ele todo dia, permitindo que a Palavra flua de nós como um rio.
Jovem, no nome de Jesus, não se preocupe em ser um catedrático da fé; preocupe-se em VIVER as boas-novas. Experimente deixar-se encher do Espírito Santo e você vai comprovar o poder de Deus, sem precisar de argumentações bem trabalhadas, conceitos filosóficos ou teorias sociológicas. Wigglesworth disse uma vez : “Um homem que tem uma experiência nunca estará a mercê daquele que tem apenas um argumento”. Cuidado para que no Dia do Julgamento, depois que você expor a sua tese de pós-doutoramento em Cristianismo para o próprio Cristo, ele não vire pra você e fale o que falou aos saduceus: - “Você está enganado, pois NÃO conhece as Escrituras e NEM O PODER DE DEUS!” Pense nisso.
Paz seja contigo.

3 comentários:

  1. Thyagão, reli esse texto e vi a necessidade de publicá-lo novamente. Se não servir mais pra ninguém, saiba que já valeu pra mim. Esse último capítulo foi ainda mais especial... ser cheio de Deus na vida, é isso q eu quero ser!
    Abração campeão!

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  2. É... nao adianta ser doutor na biblia se nao tiver o principal...
    É importante estarmos orando e buscando de todo o coraçao o espírito santo, a unção e o dom espiritual do amor

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  3. Este texto me deixou inquieto...
    Inquieto por saber que eu já fui assim.

    Causas, conseqüências, projeções... Coisas que são moldadas dentro de nossas cabeças, e nada mais lógico que vivermos baseados nas objetividades deste antro das idéias.

    Conseguir fugir de si mesmo é difícil... É o prélio, uma guerra.
    É como querer que o recruta comande um exérito;
    Que a música componha o artista;
    Que o Bonsai eduque o mestre...

    É preciso fé, é preciso muita fé...! Conseguir driblar a lógica, nossos sentidos motores, sair de tudo quanto óbvio e somente acreditar que além de tudo que podemos ver ou sentir (carnalmente falando), existe um Deus, e este, que sem grandes esforços foi quem nos deu tal "Grandiosa inteligência".

    Estou num momento de transição e sinto o quão é difícil tudo isso e esta minha inquietação foi o choque do antes, e o depois.

    Deus nos proteja.

    Paz;
    Antônio Novais:.

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